Inseparáveis: Como Levar Seu Cão em Viagem Aérea Nacional

Viajar de avião com cães deixou de ser exceção para se tornar uma prática cada vez mais comum. A mobilidade das famílias mudou, os pets ganharam status de membros legítimos da casa, e novos destinos passaram a receber nossos amigos de quatro patas de braços abertos. Mas o que parece simples exige planejamento, informação precisa e respeito às regulamentações, tanto pela segurança do cão quanto pela tranquilidade do restante dos passageiros.
Viagem aérea com cães no Brasil: realidade, tendências e normas
Por que cresce a demanda por viagens pet friendly?
No Brasil, a quantidade de animais em voos domésticos aumenta ano a ano. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), os embarques pet cresceram mais de 30% desde 2020 — movimento impulsionado tanto pela ampliação do turismo pet friendly quanto pelo crescimento do vínculo afetivo nas família.
Empresas como Azul, Latam, Gol e Avianca já adaptaram suas políticas, enquanto companhias como a Flapper (aviação executiva e fretada) oferecem mais flexibilidade para quem precisa viajar com animais de estimação.
Quem pode viajar na cabine?
Uma das principais perguntas dos tutores é: meu cão pode ir comigo na cabine? A resposta depende do peso do animal incluindo a caixa de transporte. Veja o panorama atualizado:
- Azul: até 5kg (animal + caixa)
- Latam: até 7kg (animal + caixa)
- Gol: até 10kg (animal + caixa)
- Avianca: até 10kg (animal + caixa)
- Flapper (aeronaves privadas): sem limite de peso, com políticas sob consulta
Dica prática: A maioria dos voos tradicionais permite apenas cães pequenos na cabine. Animais maiores viajam obrigatoriamente no porão pressurizado da aeronave ou exigem fretamento privado.
Antes do embarque: o que é essencial providenciar?
Viajar de avião com cachorro no Brasil não é somente comprar passagem, pôr o amigo na caixa e embarcar. Existem exigências legais, sanitárias e estruturais que precisam ser respeitadas rigidamente:
1. Reserva antecipada para o pet
- Cada voo tem um número limitado de animais autorizados na cabine (geralmente de 2 a 4). Reserve a passagem do seu cachorro logo após emitir a sua.
- Informe sempre a espécie, raça, peso, tamanho e demais dados exigidos para garantir o lugar.
2. Idade mínima do animal
- Em geral, o animal deve ter entre 2 e 4 meses de idade mínima, a depender da companhia aérea. Menores não embarcam por questões sanitárias e de risco à saúde.
3. Caixa de transporte adequada
- O kennel ou caixa deve seguir as medidas estipuladas por cada companha e permitir que o cão fique em pé, gire em torno de si e se deite confortavelmente.
- Material resistente, com travas de segurança, fundo impermeável e ventilação adequada.
- Nos voos de cabine, a caixa vai obrigatoriamente sob o assento à frente do tutor — nunca no colo ou no corredor.
4. Atestado veterinário válido
- Exigido em todos os voos nacionais, emitido por médico veterinário habilitado até 10 dias antes do embarque. O documento declara estar o animal saudável, livre de doenças infectocontagiosas e apto para viagem.
- O atestado deve conter dados do pet, CRMV do veterinário e assinatura legível.
5. Carteira de vacinação atualizada
- Vacina antirrábica em dia é obrigatória para todos os voos. Deve ter sido aplicada há pelo menos 30 dias e no máximo 1 ano antes do embarque.
- A carteira deve estar legível, com etiquetas, dados do médico veterinário responsáveis e data de aplicação.
6. Pagamento de taxas
- Valor médio: R$200,00 por trecho, dependendo da companhia. A Flapper é exceção válida: não cobra taxa para transporte de animais em voos privados.
7. Documentação para casos especiais
- Cães-guia têm legislação específica e direito a viagem gratuita na cabine, mas precisam de credenciais próprias.
Como deve ser a preparação do cão para viajar de avião?
Dicas veterinárias e práticas para o bem-estar do animal
Voar é uma experiência incomum para o cachorro. Barulhos, movimento, cheiro de pessoas e ambiente diferente contribuem para ansiedade e até mal-estar físico. Por isso:
1. Teste prévio da caixa de transporte
- Acostume o cão semanas antes da viagem: deixe a caixa aberta em casa, coloque petiscos e brinquedos dentro, incentive a permanência com reforço positivo.
2. Consulta veterinária completa
- Cheque saúde geral, trate eventuais pulgas/carrapatos e pergunte se há restrição ao voo (raças braquicefálicas, idosos, animais cardíacos).
- Evite sedativos, que podem ser contraindicados e gerar efeitos adversos graves.
3. Alimentação e hidratação
- Ofereça a última refeição até 4 horas antes do voo.
- Após isso, apenas água em pequenas quantidades, para evitar vômito ou escapes durante a viagem.
4. Passeio antes do embarque
- Leve o animal para caminhar e fazer necessidades pouco antes de chegar ao aeroporto. Um cão fisicamente cansado e devidamente aliviado lida melhor com a experiência.
5. Kit básico de viagem
- Lencinhos umedecidos, tapete absorvente, petiscos leves, um brinquedo favorito e água fresca são essenciais no dia do embarque.
Chegando ao aeroporto
Check-in, raio-x e espera
- Chegue cedo: O ideal é chegar ao aeroporto no mínimo 2h antes do embarque.
- Check-in animado: Apresente toda a documentação e aguarde orientações dos funcionários.
- Passagem pelo raio-x: Em voos domésticos, geralmente o cão sai temporariamente da caixa (com guia e peitoral) durante a inspeção.
- Hora da espera: Identifique um local mais calmo, longe de fluxo intenso, para aguardar o embarque.
Dicas de comportamento: como minimizar o estresse do seu cão
Nem todos os cães reagem igual ao ambiente aeroportuário ou ao próprio voo. Algumas estratégias podem facilitar o processo:
- Evite excesso de estímulos: Tente manter o cão no ambiente mais silencioso possível.
- Brinquedos calmantes: Mordedores, mantinha com cheiro do tutor ou brinquedo que traga conforto.
- Sprays calmantes naturais: Aromas de lavanda, desde que aprovados pelo veterinário, podem ajudar.
- Evite contato físico exagerado: Abraços em excesso podem transmitir ansiedade. Prefira uma postura calma e encorajadora.
Considerações especiais para cães braquicefálicos e idosos
Saúde e segurança acima de tudo
- Raças braquicefálicas (pug, bulldog, shih tzu, etc.) têm maior risco de problemas respiratórios, especialmente em ambientes pouco ventilados. Muitas companhias limitam ou até proíbem esse tipo de transporte em determinadas condições.
- Animais idosos ou doentes: Converse extensa e detalhadamente com o veterinário antes de decidir voar. Em alguns casos, a alternativa é viajar por outro modal (carro, ônibus) ou buscar fretamento específico.
- Animais em tratamento intensivo: Devem evitar viagens aéreas não essenciais.
O que diz a legislação?
Normas da ANAC e direitos do consumidor
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) determina que o transporte de animais deve ser autorizado pela companhia, respeitando regras internas, e que o passageiro é responsável por toda a documentação exigida. Em caso de extravio, acidentes ou problemas, o tutor tem direito de recorrer à companhia aérea e registrar reclamação formal nos canais oficiais da ANAC e do Procon.
Para cães-guia, há respaldo legal para o embarque gratuito e permanência junto ao passageiro durante todo o voo.
Alternativas: quando voar não é a melhor opção
Apesar das facilidades, nem todo cão adapta-se bem ao transporte aéreo. Animais com histórico de ansiedade intensa, fobias, problemas médicos importantes ou muito idosos podem sofrer mais do que aproveitar do destino. Considere alternativas como:
- Buscar serviços de hotelaria pet com acompanhamento 24h
- Contratar pet sitters para cuidar do animal em casa durante sua viagem
- Fretamento especializado (aéreo ou terrestre) para casos específicos
Viagem Aérea Nacional com Cães: Panorama das Principais Companhias
Companhia | Peso máximo (pet + caixa) | Atendimento pets | Taxa média por trecho |
Azul | 5 kg | Cabine e porão | R$ 250-280 |
Latam | 7 kg | Cabine e porão | R$ 200-300 |
Gol | 10 kg | Cabine e porão | R$ 250-280 |
Avianca | 10 kg | Cabine e porão | R$ 250-300 |
Flapper | Livre (condições especiais) | Cabine | Gratuito |
Dados consultados nos sites oficiais das cias aéreas em abril de 2025. Confirme sempre políticas atualizadas diretamente nos canais das companhias.
Viajar com Cães em Avião é Possível — Com Planejamento e Cuidado
Levar seu cão em viagem aérea nacional exige atenção a regras, respeito às condições do animal e preparo em cada detalhe do trajeto. Quando bem feito, o embarque se transforma em mais um capítulo feliz da vida de quem vê o bem-estar animal como extensão do próprio cotidiano.
A Bartô acredita no poder de informação para criar trajetos mais seguros, afetuosos e sustentáveis para todos que amam seus pets. Planeje com antecedência, siga as exigências e garanta uma experiência positiva para você e seu inseparável companheiro.
Gostou das dicas? Compartilhe este guia, conte suas experiências e continue acompanhando o blog da Bartô para mais conteúdos que facilitam a vida pet e humana — seja no quintal de casa ou nas nuvens!